Vaginose bacteriana: mais comum do que você imagina

A vaginose bacteriana (VB) é a infecção vaginal mais comum em mulheres em idade fértil, embora ainda envolta em estigma e desinformação. Diferente de outras infecções vaginais, a vaginose não é causada por um único micro-organismo, mas sim pelo desequilíbrio da flora bacteriana natural da vagina, que perde sua proteção predominante (Lactobacillus) e favorece a multiplicação de bactérias anaeróbias nocivas.

Apesar de ser uma condição geralmente leve e tratável, quando não diagnosticada e tratada corretamente, pode causar complicações ginecológicas e obstétricas importantes, como risco aumentado para infecções sexualmente transmissíveis, parto prematuro e doença inflamatória pélvica.

Causas e fatores de risco

O ambiente vaginal saudável é naturalmente ácido e dominado por bactérias protetoras, especialmente os Lactobacillus, que produzem ácido lático e mantêm o pH vaginal baixo. A vaginose ocorre quando esse equilíbrio é rompido, permitindo a proliferação de outras bactérias, como a Gardnerella vaginalis.

Os principais fatores associados à ocorrência de VB incluem:

  • Ter múltiplos parceiros sexuais ou novo parceiro recente

  • Relações sexuais sem preservativo

  • Uso excessivo de duchas vaginais

  • Tabagismo

  • Uso prolongado de antibióticos

  • Baixa imunidade

Apesar disso, a VB não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, embora esteja relacionada à atividade sexual.

Sintomas da vaginose bacteriana

Muitas mulheres com VB são assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico precoce. No entanto, os sinais mais comuns incluem:

  • Corrimento vaginal acinzentado ou branco, fino e homogêneo

  • Odor desagradável, semelhante a “peixe” (especialmente após relação sexual)

  • Coceira ou ardência leve

  • Leve desconforto vaginal

Segundo a ginecologista Dra. Rita Pinho (CRM 7076 | RQE 8633 e 8632), da Cardiocenter, a principal queixa das pacientes costuma ser o odor. “A presença de cheiro forte é um sinal típico da vaginose, mas nem sempre vem acompanhado de dor ou coceira, por isso é importante estar atenta ao corpo e procurar avaliação médica ao notar qualquer mudança incomum”, orienta.

Diagnóstico: rápido e clínico

O diagnóstico da vaginose bacteriana pode ser feito durante o exame ginecológico, com base nos sintomas relatados e na observação das características do corrimento. Exames complementares, como o teste do pH vaginal e o teste de amina (aplicação de hidróxido de potássio no conteúdo vaginal), ajudam a confirmar o diagnóstico.

O exame de secreção vaginal ao microscópio também pode ser solicitado para visualizar as células guia (clue cells) — células epiteliais vaginais cobertas por bactérias, típicas da vaginose.

Tratamento e cuidados

O tratamento padrão da vaginose bacteriana envolve o uso de antibióticos, geralmente metronidazol ou clindamicina, por via oral ou tópica (cremes vaginais). O tratamento deve ser feito conforme orientação médica, mesmo que os sintomas desapareçam antes do fim do uso do medicamento.

Durante o tratamento, recomenda-se:

  • Evitar relações sexuais ou usar preservativo

  • Não realizar duchas vaginais

  • Não interromper o uso do antibiótico antes do tempo indicado

  • Reavaliar após o tratamento, principalmente em casos de recorrência

É importante destacar que a recorrência é comum, e em alguns casos pode ser necessário um tratamento prolongado ou a adoção de medidas adicionais para restaurar a flora vaginal saudável.

Vaginose na gestação: atenção redobrada

Em mulheres grávidas, a vaginose bacteriana pode aumentar o risco de parto prematuro, ruptura precoce das membranas e baixo peso ao nascer. Por isso, gestantes devem realizar o pré-natal de forma rigorosa e relatar qualquer alteração vaginal ao médico.

A Dra. Rita Pinho reforça que “durante a gestação, a detecção e o tratamento precoce da vaginose são essenciais para evitar complicações que possam afetar tanto a mãe quanto o bebê.”

Prevenção: como evitar a vaginose bacteriana

Embora não seja possível prevenir totalmente, algumas atitudes podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver vaginose bacteriana:

  • Evite duchas vaginais e produtos perfumados na região íntima

  • Use preservativo nas relações sexuais

  • Prefira roupas íntimas de algodão

  • Higienize a região genital com água e sabonete neutro

  • Evite o uso de absorventes internos por longos períodos

  • Realize consultas ginecológicas regulares

Atendimento ginecológico especializado na Cardiocenter Alagoinhas

A Cardiocenter, referência em saúde integrada há mais de 26 anos, oferece atendimento ginecológico completo, com foco na saúde íntima e no bem-estar feminino. A Dra. Rita Pinho, ginecologista (CRM 7076 | RQE 8633 e 8632), integra a equipe médica da clínica, com experiência no diagnóstico e tratamento de infecções vaginais, alterações hormonais, saúde reprodutiva e acompanhamento pré-natal. Agende sua consulta.

Rua Marechal Deodoro, 175 – Centro, Alagoinhas – BA.

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