Pesquisas revelam forte influência genética no autismo, mas fatores ambientais também contribuem.

Autismo: o que realmente causa esse transtorno do neurodesenvolvimento?

Por muito tempo, o autismo foi envolto em mitos e interpretações equivocadas. Até a década de 1970, acreditava-se que o transtorno era causado por falhas na criação dos pais — uma ideia hoje completamente descartada pela ciência. Atualmente, sabe-se que o autismo tem origem multifatorial, com um componente genético predominante, mas também influenciado por fatores ambientais. Entender essa combinação é essencial para o diagnóstico precoce e o suporte adequado.

A psicóloga Dra. Dorian Cristina da Silva Oliveira Bastos (CRP-03/11369), especialista em pacientes com autismo e transtornos de aprendizagem, é referência na Cardiocenter no cuidado psicológico, e destaca a importância de buscar informações seguras e atualizadas sobre o transtorno.

A genética por trás do autismo: o que dizem os estudos?

O ponto de virada para a compreensão do autismo como uma condição ligada à biologia ocorreu em 1977, com um estudo pioneiro que demonstrou altas taxas de concordância entre gêmeos idênticos. Quando um gêmeo monozygótico é diagnosticado com autismo, o outro também apresenta o transtorno em até 90% dos casos — um número muito acima da incidência geral da população, que gira em torno de 2,8%.

Esse dado consolidou a hipótese de forte influência genética, corroborada por décadas de pesquisas. Hoje, cientistas já identificaram mais de 100 genes que, isoladamente ou em conjunto, podem estar associados ao transtorno do espectro autista (TEA).

Mutação genética: raio no desenvolvimento?

Entre as descobertas mais significativas, estão as chamadas mutações “de novo” — alterações genéticas que surgem espontaneamente no embrião e não estão presentes no DNA dos pais. Essas mutações costumam estar associadas aos quadros mais graves de autismo, geralmente com atraso motor, deficiência intelectual e epilepsia.

Segundo o neurocientista Daniel Geschwind, essas mutações atuam como um “raio” na formação do cérebro, interrompendo o curso típico do desenvolvimento cerebral fetal — especialmente entre a 12ª e a 24ª semana de gestação, período crítico na formação do córtex cerebral.

E quando a mutação vem dos pais?

Em outros casos, os genes associados ao autismo são herdados dos genitores, mesmo quando eles não apresentam sinais visíveis do transtorno. Isso acontece porque as variantes herdadas, isoladamente, não são suficientes para causar o autismo, mas em combinação com outras podem desencadear o quadro.

Muitas dessas variantes genéticas estão presentes em toda a população, inclusive em indivíduos neurotípicos, e sua contribuição é considerada “aditiva”. Ou seja, não é uma única mutação que causa o autismo, mas o somatório de pequenas diferenças genéticas herdadas que altera o padrão de neurodesenvolvimento.

Fatores ambientais também têm papel no autismo

Apesar do forte componente genético, o autismo não é exclusivamente hereditário. Pesquisas recentes mostram que fatores ambientais também influenciam, como:

  • Exposição pré-natal à poluição do ar e pesticidas;
  • Prematuridade extrema;
  • Complicações no parto com falta de oxigênio no cérebro do bebê;
  • Infecções maternas durante a gestação.

Estes fatores podem não causar o autismo por si só, mas funcionam como gatilhos ou amplificadores em um cérebro geneticamente mais vulnerável.

O autismo é uma doença?

Apesar de ainda ser classificado como transtorno do neurodesenvolvimento, muitos pesquisadores e pessoas autistas defendem uma abordagem baseada na neurodiversidade, que entende o autismo como uma forma diferente — e não deficiente — de funcionamento cerebral.

Essa perspectiva, que ganha cada vez mais espaço, reconhece o amplo espectro do autismo: desde indivíduos com necessidades de apoio 24 horas por dia (o chamado “autismo profundo”), até aqueles com alto grau de independência, que inclusive veem o autismo como parte de sua identidade.

A importância do diagnóstico e do acompanhamento psicológico

Identificar sinais de autismo precocemente é fundamental para garantir o desenvolvimento pleno da criança. Sinais comuns incluem:

  • Dificuldade em manter contato visual;
  • Atraso na fala;
  • Interesses restritos e comportamento repetitivo;
  • Pouca resposta a interações sociais;
  • Dificuldades com mudanças de rotina.

Segundo a Dra. Dorian Cristina, o acompanhamento psicológico especializado pode ajudar tanto no processo de diagnóstico quanto no suporte terapêutico, favorecendo a comunicação, a adaptação escolar e o desenvolvimento socioemocional da criança.

O atendimento psicológico também se estende às famílias, que muitas vezes enfrentam desafios emocionais, sociais e práticos no cuidado de filhos com TEA. Trabalhar junto com os cuidadores é essencial para garantir um suporte completo e eficaz.

Cardiocenter tem atendimento em psicologia infantil

A Cardiocenter, referência em saúde na região há mais de 26 anos, oferece atendimento psicológico especializado em autismo e transtornos de aprendizagem.

Com foco no cuidado humanizado e individualizado, a clínica oferece avaliação, intervenção psicológica e suporte à família para crianças com TEA, TDAH, dislexia, entre outras condições que impactam o desenvolvimento.

A psicologia se soma ao atendimento multidisciplinar da Cardiocenter, que já inclui cardiologia, ginecologia, neurologia, nutrição, psiquiatria, urologia e fisioterapia, fortalecendo a proposta de cuidado integral à saúde.

A clínica está localizada na Rua Marechal Deodoro, 175 – Centro, Alagoinhas – BA

Marque sua consulta pelo WhatsApp: (75) 3182-5800

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